Projetos de pesquisa e extensão

Projetos de pesquisa em andamento

 

Dimensões psicossociais do acolhimento e integração de imigrantes e refugiados em Florianópolis (2013 – atual)

Estudar os impactos das migrações voluntárias e involuntárias na saúde mental de indivíduos, famílias e comunidades; compreender as especificidades culturais do sofrimento psicológico; investigar a relação entre o cuidado em saúde e contextos culturais..

Homicídio conjugais na Grande Florianópolis: principais variáveis precursoras (2013 – atual)

O projeto de pesquisa intitulado Homicídios conjugais na Grande Florianópolis: principais variáveis precursoras tem por objetivo principal iniciar estudo relativo aos homicídios conjugais cometidos na mesorregião da Grande Florianópolis. Este estudo consiste em um levantamento dos homicídios conjugais ocorridos na Grande Florianópolis, entre 2000 e 2010, e em uma identificação das principais variáveis implicadas nessa categoria de homicídios, realizado por meio de uma pesquisa documental. A classificação das variáveis, presentes na  ficha de registro do homicídio conjugal, foi inspirada no modelo de protocolo de análise, denominado Grille d’analyse multidimensionnelle de l’homicide conjugal (Leveillée, Dubé, Martins-Borges & Lefebvre, 2006). Essa classificação é composta de seis dimensões principais: variáveis factuais do homicídio; variáveis sociodemográficas; variáveis situacionais e psicossociais; indicadores comportamentais precursores do homicídio; motivações/razões que levaram ao homicídio; impressão diagnóstica. O gesto homicida é muitas vezes vinculado a um sofrimento psíquico que tem um impacto relevante no grupo social, refletindo um campo de possível intervenção da Psicologia.

Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Auxílio financeiro.


 Projetos de extensão em andamento

 

Ateliê da Palavra: um dispositivo clínico-político para as pessoas em situação de rua (2018-em andamento)

Equipe:
Dra. Marcela de Andrade Gomes (NEMPSIC) e Dra. Ana Lúcia Mandelli De Marsillac (LAPCIP)- Professoras do Departamento de Psicologia da UFSC
Lívia Maria Fontana- Psicóloga do Consultório na Rua (CRN/SUS)
Beatris Badia- psicóloga
Lucca Brambila- graduando de Psicologia/UFSC

Resumo:

O Ateliê da Palavra é um projeto realizado em parceria entre o NEMPsiC, LAPCIP e o Consultório na Rua (SUS) e tem como objetivo geral realizar atendimentos às pessoas em situação de rua na cidade de Florianópolis. Entendido como um dispositivo clínico-político, o Ateliê da Palavra busca tecer um lugar de escuta e acolhimento a estas pessoas que são, sistematicamente, reificadas e invizibilizadas pelos regimes sensíveis hegemônicos. Partindo dos conceitos de  transferência e testemunho, o Ateliê da Palavra busca dar um giro na escuta nas histórias de vida destas pessoas, servindo de testemuho às narrativas silenciadas e rechaçadas pela ordem vigente. Assim, o dispositivo se torna clínico na medida em que acolhe estas narrativas, e político pois produz fissuras em regimes discursivos aprisionadores e excludentes que assujeitam os modos de vida das pessoas em situação de rua. Partimos do entendimento de uma clínica territorialziada e implicada com as questões sociais, uma clínica que atua no interstício do público e privado, singular e coletivo, do sujeito e sua relação com a cidade. 

 

Escuta coração da Chico: Intervenções psicossociais na comunidade Chico Mendes (2017- atual)

Equipe: Dra. Marcela de Andrade Gomes 

Professora do Departamento de Psicologia da UFSC

Dr. André Luiz Strappazzon

Professor do Departamento de Psicologia da UFSC

Ana Karolina Dias de Oliveira

Psicóloga do Instituto Geração da Chico

Maria Luiza Vargas

Acadêmica do Curso de Psicologia da UFSC

Resumo: A partir do curso de capacitação “Como lidar com os efeitos psicossociais da violência?”, destinado às profissionais que atuam nas políticas públicas e sociais, a psicóloga do Instituto Geração da Chico procurou o Núcleo de Psicologia, Políticas Públicas e Direitos Humanos para estabelecer uma parceria de trabalho neste espaço que se localiza em um território de alta vulnerabilidade social, a comunidade Chico Mendes. Após algumas reuniões, delineou-se algumas frentes de trabalho focadas nas crianças e adolescente que frequentam este projeto, de modo a promover um espaço de escuta, apoio e reflexão para suas experiências e seus projetos de vida. Neste contexto, 2 alunos candidataram-se para serem voluntários do projeto e iniciou-se uma parceria de trabalho entre a orientadora acadêmica, psicóloga local e 2 alunos do Curso de Psicologia. Assim, este projeto nasce com o objetivo de realizar um trabalho psicossocial junto às crianças e adolescentes que frequentam o Instituto Geração da Chico, buscando promover saúde e cidadania para estas pessoas e território. Por meio de intervenções psicossociais, singulares e coletivas, institucionais e comunitárias, busca-se promover um espaço de escuta e acolhimento que proporcionem o protagonismo social e fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. De acordo com a perspectiva psicanalítica, a infância e a adolescência são fases peculiares na constituição do sujeito que carecem de um amparo psíquico e social de modo a possibilitar condições para a efetivação de um desenvolvimento saudável. Nos casos das infâncias e juventudes que se produzem nos territórios marcados pelas vulnerabilidades sociais, este processo torna-se ainda mais complexo, pois a violação de direitos e o desamparo psíquico tornam-se, em geral, bastante presentes nas dinâmicas familiares e comunitárias. Nesse sentido, este projeto busca oferecer espaços que promovam tanto um acolhimento psicossocial, como também um locus de politização das questões sociais. A partir da inscrição de espaços de falas, escutas e reflexões, este trabalho atua no sentido da promoção da saúde  e cidadania, operando como um dispositivo clínico e político neste território. 

Clínica Intercultural (2012 – atual)

O objetivo principal deste projeto é o de oferecer atendimento psicológico a estrangeiros (comunidade universitária e outros). Além do atendimento psicológico que será oferecido a estrangeiros residentes na comunidade, o presente projeto contribuirá para a formação dos alunos de graduação, por intermédio da prática clínica supervisionada e da leitura e discussão de textos referentes à problemática intercultural.


Projetos de pesquisa encerrados

 

As fronteiras entre a Psicologia e o Serviço Social no SUAS: sentidos atribuídos pelas(os) assistentes sociais ao trabalho da psicologia no serviço PAEFI (PIBIC 2017- 2019)

Equipe: 

Marcela de Andrade Gomes

Professora do Departamento de Psicologia da UFSC

Laís Chaud

Acadêmica do Curso de Psicologia da UFSC

Bruna Larissa Kluge

Acadêmica do Curso de Psicologia da UFSC

Patrícia Engler

Acadêmica do Curso de Psicologia da UFSC
Resumo: Desde a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e a implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), em 2005, intensifica a inserção da psicologia nesta política pública que, historicamente, foi planejada e protagonizada pelos profissionais do Serviço Social. Alguns estudos e práticas de estágio têm apontado que o trabalho multiprofissional pode tanto ser um fator qualificador da atuação junto às famílias em situação de violência, mas também, quando não se tem muita precisão sobre os objetivos e fronteiras de cada profissão, pode gerar alguns atravessamentos e confusões que prejudicam o acompanhamento destinado a estes usuários(as). O chamado “atendimento psicossocial” previsto na PNAS tem gerado inúmeros questionamentos no universo acadêmico e, principalmente, nos próprios equipamentos, tal como o serviço PAEFI (Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos). Este espaço é um órgão público vinculado ao CREAS (Centro de Referência Especial em Assistência Social) que recebe as denúncias dos Conselhos Tutelares relativas às práticas de violência contra crianças e adolescentes. Diante destes impasses epistemológicos e técnicos, esta pesquisa tem como objetivo investigar de que forma os profissionais da Psicologia e do  Serviço Social atuantes nos PAEFIs da Grande Florianópolis significam a atuação profissional neste serviço. Por meio do uso de entrevistas individuais e grupos focais, esta pesquisa investigou as narrativas produzidas por estas equipes acerca do cotidiano de trabalho; limites e desafios das práticas; efeitos e resultados alcançados nos casos acompanhados; relação interdisciplinar e multiprofissional; visitas domiciliares; violência; família; infância e adolescência. A pesquisa está em fase de conclusão e os dados estão sendo categorizados e analisados por meio das teorias.

 

Mapeamento dos homicídios conjugais cometidos em Florianópolis: principais variáveis precursoras (2010 – 2013)

O projeto de pesquisa intitulado Mapeamento dos homicídios conjugais cometidos em Florianópolis: principais variáveis precursoras tem por objetivo principal iniciar estudo relativo aos homicídios conjugais cometidos na cidade de Florianópolis. De forma específica, ele propõe um mapeamento dos homicídios conjugais ocorridos na capital assim como o levantamento das principais variáveis precursoras de tais atos. A primeira etapa consiste em uma pesquisa documental que se fará a partir de processos, documentos oficiais e artigos jornalísticos. A principal fonte de consulta será os processos penais. A escolha dos processos penais se justifica, pois neles encontram-se documentos oriundos de fontes diversas (além daqueles elaborados pela própria Justiça): atestado de óbito do IML, laudos técnicos da Delegacia Técnica de Polícia da Capital (DPTC), Boletim de Ocorrência e Inquérito da Polícia Civil (declaração de testemunhas). A classificação das variáveis será inspirada no modelo proposto pela Grille d analyse multidimensionnelle de l homicide conjugal (Martins Borges, 2006), composta de seis dimensões: 1) Variáveis factuais; 2) Variáveis sociodemográficas; 3) Variáveis situacionais e psicossociais; 4) Indicadores comportamentais precursores do homicídio; 5) Motivações/razões que levaram ao homicídio; 6) Impressão diagnóstica. Poucas pesquisas sobre o homicídio conjugal abordam o perfil do agressor e a diferença entre homens e mulheres que cometem este tipo de ato (FRIGON, 2003). A maioria dos estudos foi realizada evidenciando a periculosidade entre casais que já viviam a violência conjugal, sem considerar aqueles que não apresentavam este tipo de violência. Porém, outras variáveis apresentam um impacto significativo, tais como sintomas psicológicos, perfil de personalidade, variáveis psicossociais, entre outras.

Financiador(es): Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – Auxílio financeiro / Fundo de Incentivo à Pesquisa – UFSC – Auxílio financeiro.


Projetos de extensão encerrados

 

Projeto de Extensão: A criação de um dispositivo clínico-político no programa Liberdade Assistida em São José (SC)- (2018-2019)

Equipe: Dra. Marcela de Andrade Gomes 

Professora do Departamento de Psicologia da UFSC

Daniela Mayorca

Psicóloga/Psicanalista

Maria Luiza Vargas

Acadêmica do Curso de Psicologia

Resumo: O presente projeto tem como objetivo construir um dispositivo clínico-político junto à equipe técnica do Programa Liberdade Assistida, vinculado ao CREAS/SUAS do município de São José (SC). Esta demanda emergiu das profissionais que sofrem em seus corpos as violências de Estado testemunhada nos acompanhamentos que realizam junto aos adolescentes que estão em cumprimento de medida socioeducativa. Diante dos desafios enfrentados por estas profissionais sem seus cotidianos de trabalho, elaborou-se um projeto de extensão cujo objetivo é inscrever um lugar de fala e de escuta para os anseios, inquietações, estratégias e resultados alcançados em seus processos de trabalho. A partir da noção psicanalítica de dispositivo clínico-político, busca-se, por meio destes encontros grupais, instaurar um encontro com a alteridade de forma que o real de suas experiências sejam inscritas no registro simbólico. O dispositivo clínico-politico faz um giro nas escutas realizadas nas instituições que busca produzir um deslocamento nos assentamentos identificatórios e ideológicos que aprisionam e reduzem a potencia de vida. Por meio do manejo grupal, busca-se incitar as narrativas e produções coletivas que refletem e incidem em suas práticas cotidianas. No primeiro módulo focou-se no debate sobre a violência de Estado e como esta emergia nos atendimentos junto aos adolescentes; neste módulo,  o foco está em trabalhar a memória e afetos presentes na história daquele equipamento e na própria história singular de cada uma delas no SUAS. Nota-se que este espaço tem sido bastante significativo para as profissionais que atrelam a importância deste trabalho à saúde mental da equipe e à qualificação de suas práticas psicossociais dentro do LA.

Violência de Estado e Testemunho: um grupo de apoio psicológico aos policiais militares do município de Florianópolis. (2017-2019). 

Equipe:

Marcela de Andrade Gomes

Professora do Departamento de Psicologia da UFSC

Májori Abreu dos Santos Garcia

Cabo PM Psicóloga da Polícia Militar

Resumo: 

A partir dos positivos resultados da experiência do semestre passado, decidimos dar continuidade ao grupo de apoio psicossocial aos policiais militares de uma instituição localizada na Grande Florianópolis. Embora a aspereza e truculência da instituição policial deslegitimar o trabalho do psicólogo, atrelando este à doença, loucura e fraqueza, tivemos procuras significativas por parte de alguns policiais que viam no grupo uma possibilidade para falarem sobre suas angústias, cansaços, revoltas e medos. Sendo assim, neste semestre retomamos este espaço grupal na aposta de que o coletivo potencializa novas narrativas, significações e amplitudes para a vida dos sujeitos. A partir destes encontros semanais, esperamos enseja melhor condições psicossociais para este contexto de trabalho, inscrevendo espaços humanizantes e acolhedores em uma instituição historicamente marcada pela rigidez, tirania e violência.

Palavras-chave: violência de Estado; testemunho; grupo. 

 

Psicologia e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana: aproximações e possibilidades de intervenção junto ao território de abrangência do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS/Centro) do município de Florianópolis/SC. (PROBOLSAS 2016-2018)

Equipe: Dra. Marcela de Andrade Gomes 

Professora do Departamento de Psicologia da UFSC

Lívia Maria Fontana

Psicóloga do CRAS-Centro 

Tatiana Rozenfeld

Acadêmica do Curso de Psicologia da UFSC

Priscila Costa

Acadêmica do Curso de Psicologia da UFSC

Resumo: Este projeto de extensão teve como objetivo elaborar ações interventivas junto às Comunidades Tradicionais de Matriz Africana (CTMAs) presentes no território de abrangência do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), localizado no centro da cidade de Florianópolis/SC, de modo a aproximar estes grupos aos serviços prestados por este equipamento da Proteção Básica (SUAS). A partir de uma prática de estágio realizada por estudantes do Curso de Psicologia em 2015, notou-se um distanciamento entre o CRAS/Centro e estas comunidades que ocupam de forma significativa o território de abrangência deste serviço, o qual é ocupado por quase 50 mil habitantes. A invisibilização destas comunidades é um dado histórico do cenário brasileiro, pois, como aponta o Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana (SEPPIR, 2013), há uma ausência de levantamentos e dados oficiais sobre essa parcela da população brasileira em nível federal, resultado de um processo histórico de estigmatização e exclusão da cultura africana. Essa invisibilização contribui para o não atendimento pelas políticas públicas a essa população, favorecendo a perpetuação dos processos de exclusão, segregação e violação dos direitos humanos destes grupos sociais. Dessa forma, por meio deste projeto de extensão objetivamos mapear, conhecer e integrar as CTMAs junto ao CRAS/Centro de forma a qualificar a prestação socioassistencial deste serviço público. Ainda, visamos construir dados e subsídios que possam servir para a construção de futuras políticas públicas e programas sociais destinados a esta população brasileira, de modo a contribuir na luta pela garantia de direitos da população afrodescendente e pela redução das relações étnicas e raciais na sociedade brasileira. A inserção no espaço comunitário foi norteada pelo uso da observação participante e de entrevistas abertas junto à população local e demais instituições vinculadas às CTMAs para levantarmos as necessidades, demandas e potencialidades, singulares e coletivas, existentes neste espaço. Após a elaboração de um diagnóstico social, econômico e cultural, intervenções psicossociais de modo a ampliar a visibilidade e reconhecimento desta população, ampliando o acesso aos benefícios, programas e direitos socioassistenciais, contribuindo com melhorias nas condições de vida destas comunidades, e com a redução das múltiplas formas de vulnerabilidades e violação de direitos, e os sofrimentos consequentes destas condições de vida. 

 

Serviço de acolhimento a imigrantes e refugiados na Grande Florianópolis (2016 – 2018)

O projeto visa realizar acolhimentos psicológicos e grupos de conversa com imigrantes e refugiados na Pastoral do Migrante de Florianópolis. 

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Ambulatório de psicologia a pessoas em situação de crise e risco de suicídio (2016 – 2018)

Projeto de extensão no Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago – UFSC

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Atendimento psicológico especializado em situações de violência conjugal (2010 – 2015/2018)

O projeto tem como objetivo oferecer atendimento psicológico às pessoas (parceiros/as) diretamente envolvidas em situações de violência conjugal (autor ou vítima) da Região da Grande Florianópolis, alinhado com a rede de proteção, prevenção e combate à violência familiar. É uma continuidade do Projeto de Extensão desenvolvido anteriormente pelo NEMPsiC. Os atendimentos serão realizados no Serviço de Atenção Psicológica da Universidade Federal de Santa Catarina (SAPSI/UFSC).

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Clínica da Reparação Psíquica (2016 – 2017)

O objetivo é oferecer atendimento psicológico gratuito à vítimas de graves violações de direitos humanos e capacitar o trabalho de profissionais da saúde e estudantes de psicologia em relação a estes casos. Os atendimentos serão realizados pela equipe de profissionais psicólogos do projeto e estudantes do curso de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina, no SAPSI (Serviço de Atenção Psicológica da UFSC).